Ser pai e empresário: os desafios de ser bem-sucedido nas duas áreas

Ser pai e empreendedor é aventurar-se no desconhecido sem certeza de sucesso

Ser empresário é uma tarefa que exige inúmeras habilidades, entre elas, conciliar a profissão com a paternidade. “É um grande desafio, uma vez que as duas áreas exigem dedicação constante”, relata o dono da Rede de Supermercados Violeta, José Eduardo, que em 1958, quando ainda garoto, já ajudava seu pai nas tarefas diárias do antigo Café Violeta.

Ao observar a dedicação do filho aos negócios da família e sua vontade de empreender, o convidou para abrir o primeiro supermercado da rede Violeta, em 1995. A parceria e as valiosas lições que aprendeu com o pai foram responsáveis por uma rede de lojas com mais de 20 anos de existência. “Eu tento transmitir os mesmos valores que adquiri com o meu pai aos meus filhos. Eles ainda são muito pequenos (João, 2 e Maria Eduarda, 7), mas se eles quiserem continuar com o negócio da família, eu ficaria muito feliz. O que eu sempre digo a eles é para terem a mesma dedicação que eu, quando tive oportunidade”, desabafa.

Responsável por 6 lojas e mais de 850 funcionários, José Eduardo concilia a administração da área financeira da rede Violeta, lida com fornecedores, comanda estratégias de negócio, capta recursos e, sobretudo, empenha-se para estar presente na rotina dos filhos e aproveitar os momentos em família. “Os dois primeiros anos da Maria Eduarda voaram, porque eu estava tão focado no trabalho, com tantas responsabilidades que eu não aproveitei como deveria. Diante disso, eu decidi aproveitar mais os primeiros anos do meu segundo filho, o João”, confessa.

Para Luiz Carlos, presidente da Rede Multi Market, seus filhos terem escolhido participar dos negócios da família é motivo de grande orgulho e admiração. “Eu tenho muito orgulho dos meus filhos por estarem trabalhando no meu negócio. Eles acompanharam todas as minhas dificuldades, e eu sinto que eles têm orgulho de fazerem parte dessa trajetória. Isso é muito gratificante para um pai”, comentou satisfeito.

É necessário equilíbrio entre a vida empresarial e a paternidade, encontrar alternativas para atender as demandas nas duas áreas exige empenho das famílias. “As responsabilidades são muito grandes em ambas as funções, mas elas se completam. Assim, eu procuro ser um bom pai, um bom empresário, seguindo os preceitos de Deus. Deste modo, com exemplo e dedicação é possível cumprir bem as duas responsabilidades”, comenta o presidente da Rede Multi Market.

Assim como para Anderson Lisboa, gerente geral do comércio de produtos alimentícios MacPan. “Ensino ao meu filho a dar valor ao que temos e saber multiplicar as oportunidades”. Para ele tudo mudou com a paternidade, pois ele reconheceu os mesmos desafios na vida empresarial. “Ser pai é uma profissão que exige muita atenção e dedicação. Nos negócios também precisamos ter paciência para crescerem fortes e saudáveis, assim com um filho”, relata.

É preciso sabedoria para a função de empresário não superar a de pai. Para que isso não aconteça na família de Márcio Saito, dono do Supermercado Saito, ele elabora metas no trabalho e em casa, e segundo ele, mesmo quando as metas não são atingidas, tanto a vitória como a derrota servem para a construção de algo maior: aperfeiçoar o amor. “Como pai eu tento administrar o ânimo, a emoção e os desejos dos meus filhos para que consigam crescer como pessoa, contribuindo para um mundo melhor. Já como empresário procuro tratar todos os funcionários e colaboradores da forma mais amável possível, a fim de proporcionar um ambiente de trabalho prazeroso”, comenta.

Para Luiz Carlos, paternidade é mais do que gerar filhos, é deixar um legado, é formar bons hábitos e direcionar os filhos para o caminho certo. “Sempre disse aos meus filhos que nós devemos respeitar as pessoas, sermos corretos em tudo, extremamente dedicados, e que não devemos desistir frente as dificuldades”, disse.

Em um aspecto as opiniões dos empresários coincidem, ao obter família e ter filhos a satisfação de voltar para casa após de um dia de trabalho é ainda mais recompensadora. “Vale a pena. Vale a pena se dedicar, vale a pena todo o esforço”, concluiu Luiz Carlos.

O negócio de José Eduardo, Luiz Carlos, Márcio Saito e Anderson Lisboa e muitos outros empresários também é considerado um filho. Já que uma empresa também precisa de dedicação constante, cuidados específicos, investimentos a curto e longo prazo, incentivo, atenção especial e, principalmente, cuidado, resiliência e persistência nos primeiros anos do negócio. Características estas, que se assemelham a paternidade. Para os empresários, passar o comando dos negócios aos filhos é a melhor maneira de eternizar sua dedicação a família e a empresa. Porque afinal de contas, independente de qualquer profissão ou negócio, pai é pai.

E você pai, que legado está deixando para seus filhos?